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As mulheres brasileiras têm alcançado rapidamente os cargos mais elevados dentro das empresas. Elas já são 21,43% das presidentas ou CEOs, sigla de Chief Executive Officer, diretora-executiva ou diretora-geral em português. Segundo dados da Consultoria Catho Online de 2009, há um crescimento expressivo desse percentual nos últimos 12 anos. Em 1996/97, as mulheres representavam apenas 10,39% das presidentas ou CEOs, sendo mais que o dobro hoje.
Mulheres em Cargos de Chefia no Brasil 1996/2009
1996/97 10,39%
1998/99 12,04%
1999/00 13,02%
2000/01 13,88%
2001/02 15,14%
2002/03 15,24%
2003/04 15,87%
2004/05 16,75%
2005/06 20,21%
2006/07 20,17%
2007/08 20,56%
2008/09 21,43%
O levantamento da Catho Online também revela um crescimento da presença feminina em todas as outras funções, como vice-presidente, diretoria, gerência, supervisão, chefia, encarregados e coordenadorias. Estas últimas duas, de menor nível hierárquico, são as únicas onde as mulheres estão em maioria, pouco mais de 55%. À medida que chega ao topo, a presença feminina é menos visível.
As mulheres também alcançam com mais facilidade a diretoria-executiva da empresa quanto esta tem menos de 50 funcionários. Nesse caso, elas já são 27,47% na presidência. Mas, nas empresas com mais e 1.500 funcionários, são apenas 12,60% no mais alto posto.
As estatísticas mundiais mostram que o Brasil fica bem posicionado com relação a mulheres no comando de empresas. O percentual mundial é de 24%, segundo a The Grant Thornton International Business Report de 2009, referente a empresas privadas em 36 países do mundo. Filipinas é o país que aparece mais bem posicionado, com 47%, seguido da Rússia, com 42%. O Brasil aparece com 29% nesse ranking mundial, e a América Latina surpreendentemente fica com a melhor posição no ranking regional da, com 28%, seguida do Leste da Ásia, com 27%.
Mulheres em Cargo de Chefia por Regiões
América Latina 28%
Leste da Ásia 27%
Ásia-Pacífico 25%
NAFTA e Países Nórdicos 21%
União Europeia 20%
Um dos fatores que tem levado as mulheres a alcançarem postos de chefia é a maior escolaridade, que aumenta sua chance de entrar no mercado de trabalho e alcançar sucesso com sua melhor qualificação. Entretanto, essa incorporação da mão-de-obra feminina à economia também é grande porque historicamente existe uma desigualdade salarial entre mulheres e homens. No Brasil, as trabalhadoras recebem em média 30% menos que os homens, e quanto maior a escolaridade e a faixa de renda, maior é esta desigualdade, o que pode explicar a maior ascensão feminina nas presidências de empresas.
Uma recém divulgada pesquisa da Catho Consultoria em RH A Mulher e o Mercado de Trabalho, realizada com mais de 100 mil executivos, mostra que com a possibilidade de negociação de salários menores, os empresários viram uma oportunidade de economizar, mas, em contrapartida, isso deu às mulheres a oportunidade de mostrar toda a sua força e capacidade.
A pesquisa também destaca as principais diferenças entre mulheres e homens em cargos de chefia. Elas alcançam sucesso principalmente nos cargos de gestão, pelo traquejo e capacidade de desenvolver e liderar pessoas, pela habilidade mais humana de gerir as relações de trabalho. Isso está fazendo com que conceitos de chefe rígido, ríspido e centralizador perdessem espaço na gestão moderna. Os gestores se conscientizam cada vez mais da necessidade de tratar seu mais valioso ativo, seus recursos humanos, como pessoas e peças chave para o sucesso do negócio. Tais características estão fazendo com que as mulheres ocupem posições de destaque, sejam promovidas e estejam competindo de igual para igual com os homens no mercado de trabalho e nos mais altos postos empresariais.
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